A noite estava estrelada. O jovem, solitário. Aquele que agora se sentia o mais solitário dos seres humanos. Não que aquilo o fizesse mal, ou o deixasse triste. Na verdade aquela solidão o acolhia com braços calorosos. Sabia que estava assim por opção própria. Sabia que a solidão o permitiria perguntar: “Quem realmente sou?”, “O que espero da minha vida?”. Mas principalmente, ele queria se perguntar: “Como será o meu futuro?”.
A sua frente havia um lago. Tal lago com uma aparência selvagem. Parecia ainda intocado pela humanidade. Cercado de uma floresta delicada, o jovem se sentava em uma pequena elevação do solo e olhava para o reflexo das estrelas na água. Nada deveria ser dito, nada precisava ser dito. Apenas aquele momento congelado no tempo, congelado em sua memória.
Suas dúvidas, suas companheiras. Ele sabia que jamais teria uma resposta para nenhuma delas, teria apenas mais perguntas. Sem certezas, sabia que a única coisa que poderia fazer ela seguir em frente, dar um passo, após o outros. Colocar em ordem seus sentimentos confusos, procurar tornar-se quem ele realmente era. E principalmente sonhar. Sonhar com mundos além, sonhar com o futuro, sonhar com a realidade. Degustar o mundo assim como Amelie Polain.
Não queria ser ouvido, não queria clamar para que todos o ouvissem. Não queria ser o centro das atenções. Não queria ser famoso. Queria apenas que algumas poucas pessoas o dessem atenção. O que importaria que sua voz fosse ouvida e aclamada por multidões, se para quem ele falava não houvesse Ele não procurava amor, não procurava afeto, não procurava atenção. Procurava somente saber para quem deveria falar. Para quem suas palavras deveria ser direcionadas.
Era um pequeno jovem. Único em sua insignificância, insubstituível em quem era. Não sabia mais com o que sonhar. Não sabia que caminho seguir. Era sufocado pela própria liberdade. O que faria agora? O que queria fazer? O que devia fazer? Não sabia, só sabia que não deveria fugir de si mesmo. Deveria existir. E assim, como no final de um conto de fadas, o jovem permaneceu lá, acompanhado de suas dúvidas e das estrelas.
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