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Archive for Setembro, 2011

  Comprar, consumir, ter, mostrar, ganhar, parecer. O fato é: estamos na era do consumismo absurdo. Nunca satisfeitos, procuramos por cada vez mais algo que possa nos tornar completos. Sentir mais e mais sensações novas. Vivemos em uma época onde essas sensações estão plugadas em cinco canais de vida com som surround. Não temos mais tempo para aproveitar as coisas simples, as bobagens e as besteiras que a vida tem. Não temos mais como dar um simples passeio no parque. Temos também que escutar música enquanto comemos alguma coisa e conversamos com alguém.

  Eu acredito que exista uma ilusão nessa liberdade que nosso tempo nos dá. Essa liberdade não nos leva a sermos mais de nós mesmos, mas sim, limita cada vez o potencial interno que cada individuo pode possuir. Uma ilusão de que podemos fazer aquilo que bem entendemos. Mas, de repente, os dias passam por entre nossos dedos e nada foi concretizado. Nossa geração nunca foi tão livre e, ao mesmo tempo, nunca vimos um tempo com tanta discussão sobre qual é o valor real das coisas ao nosso redor. Se a geração de nossos pais foi chamada de “geração CokaCola” Vivemos na geração “Miojo Lamen”: Onde tudo é para ontem, até mesmo relações humanas tem essa duração de 3 minutos.

  Tudo tem um preço. Podemos até mesmo comprar pessoas. Vivemos um tempo em que investimos muito tempo e dinheiro para acariciar nossos egos, nosso sentimento narcisista. O fazemos adquirindo coisas, bugigangas, nos preocupamos com nossa saúde de forma extrema, vamos para a academia, nos tornamos belos. Exibimos para todos nosso ego inflado, nossa casca. Esse tipo de desejo sempre vai ser subjugado. Sempre vai existir uma nova coisa. Um novo produto, uma nova tecnologia. Um novo problema de saúde! E por mais que possamos fazer essas coisas, que possamos ter coisas, ainda existe um vazio imenso em nosso peito.

Isso por que, a meu ver, ocorre uma inversão de valores: Amamos coisas e usamos pessoas. O amor verdadeiro passa a ser um sentimento relativizado, sem grande importância. Esta falta de amor provoca um vazio que jamais poderá ser preenchido por coisas materiais, coisas que se pode apalpar.

  A boa notícia: Isso pode acabar. Mas só depende de você. Existe uma forma de preencher esse vazio. Estar pleno, realizado, nunca será o resultado de coisas materiais, mas sim da felicidade com a vida, com as amizades, com os relacionamentos, com a profissão. Aquela pessoa que encontrou alguém para amar e é correspondido – Me refiro ao amor verdadeiro, pois muitos relacionamentos acabam sendo do tipo “miojo” acabando rapidamente. – Coisas desse tipo não se compram. Só existem. Devem ser conquistadas e, diferente daquelas que se compram, requerem vontade, disposição, dedicação.

  Que tal dar aquele passeio no parque, mas só o passeio no parque? Rir de alguém enquanto tomam um sorvete; Admirar as estrelas; Gargalhar; Falar besteiras; Imitar uma criança? Quando foi a última vez que fizeram isso sem medo de serem repreendidos? O problema é que os aspectos materiais da vida são levados a sério demais. E se os levamos a sério demais, corremos o risco de no final nos arrependermos. Mas existe uma esperança: Primeiro tomar consciência. Depois, acreditar na capacidade de mudança inerente a cada indivíduo e tornar-se, por si só, parte dessa mudança, fazendo novas e boas escolhas.

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