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Archive for Agosto, 2011

Tiroteios na Virginia, massacre em Columbine, morte no realengo. O que esses casos têm em comum? Bullying. Está claro que ele tem relação direta com esses eventos e diversos outros que aconteceram ao redor do mundo. Embora o Bullying possa criar pessoas capazes de causar tais crueldades, será que não existe luz nessa escuridão toda? Assim como mostra o Yin Yang: nem tudo são trevas ao mesmo tempo em que nem toda a luz é livre da escuridão. O que a sociedade e a mídia como um todo podem estar ignorando, é que a existência desse ato possa ter um lado benéfico.

Sofri bullying quando estava na escola, e no meu ponto de vista não foi algo leve. Senti na pele tudo de ruim que isso pode causar a uma pessoa. A intensa solidão, a agressão verbal, a exclusão, e a discriminação. Hoje estou bem; firme, forte, e feliz. É claro que sou apenas um exemplo, e que isso não tem um grande valor. Mas por causa disso tenho em mente todas as partes negativas, e posso ter o direito para falar: Sofrer bullying realmente molda o caráter.

É uma grande besteira querer dar moldes adultos para crianças. Na ingenuidade delas ainda vão apontar para o que é diferente, é normal, estão descobrindo o mundo, por isso o que é diferente sempre vai chamar a atenção, seja de forma positiva ou negativa. Além disso, como afirmou o filósofo Frances Jean-Paul Sartre: “em uma relação humana de dois ou mais, um desses indivíduos tentará dominar os outros”. Isso está intrínseco a característica humana. E se mostra no Bullying. Não estou dizendo que é moralmente correto. Mas é um mal necessário.

A pessoa aprende a conviver com o defeito que possui. O jovem vai aprender que a vida é como nas palavras de Rocky Balboa, “um lugar feio e asqueroso que vai te bater até que você fique de joelhos e te deixará assim permanentemente se você deixar. Você, eu, ou qualquer um não vai bater tão forte quanto a vida, mas não se trata de quão forte você consegue bater, se trata de quão forte você pode apanhar e continuar seguindo em frente.” Ou será que superproteger um infante é a melhor forma? Deixá-lo vivendo em uma bolha enquanto os pais resolverem todos os problemas por ele é a melhor forma? Dessa forma podem criar um adulto inseguro, que não consegue mais resolver nada por ele, e quando a situação apertar, ele irá passar por aquilo que deveria ter passado quando era uma criança.

Tentar criar proteção, só cria ainda mais discriminação. Parece que os adultos não querem que as crianças passem pelo que passaram, então tentam eliminar o problema, mas será que os valentões não acharão outra forma de humilhar o coleguinha? O papel dos pais nessa história é educar, mostrar como reagir, que desaforo não se leva para casa, erguer a cabeça e lutar. E na hora do aperto, dar um abraço, mas jamais resolver as coisas que deveriam ser resolvidas pelo filho.

Essa idéia de proteção, de combate ao bullying virou modinha. Hoje em dia a maioria das pessoas afirma que sofreu discriminação na infância, que possuem um trauma. Até a menininha gostosa da sala era discriminada por ser a mais bonita. Combina com o jeito politicamente correto de ser. Passa uma imagem que a sociedade quer ver. Mas por baixo do pano as coisas são outras, pessoas vão continuar pisando uma nas outras assim como Satre fala.

O bullying tem que ser combatido de forma diferente. Com apoio dos pais, mas o apoio não é proteger. Apoiar é ter um bom ambiente no lar e permitir que a criança tenha ajuda se ela procurar. Pois uma sociedade com crianças protegidas, somente irá criar uma sociedade de adultos inseguros que não conseguem tomar decisões por eles mesmos.

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Como nasceu a palavra sinceridade? Conheço duas histórias. Em uma rápida pesquisa pelo Google há uma que fala da Roma antiga, onde artesões fabricavam vasos com uma cera especial, tão límpida que dava para se ver o que havia dentro.  Diziam que até parecia não ter cera. “Sine Cera.” Outra versão, particularmente minha preferida, fala do antigo teatro espanhol onde desenvolveram um tipo arcaico de maquiagem com base de cera, produziam algumas cores. Quando interpretavam estavam “Con cera.” Após a peça teatral, os atores iam para um camarim antigo e retiravam a cera de suas faces, logo viravam pessoas “Sin cera.” Na origem de sua palavra, a sinceridade nada mais representava uma pessoa sem a maquiagem, ou a máscara que cobria seu rosto.

Por que iniciar com estas histórias? Elas têm intima relação com o tema que me propus abordar. A sinceridade e a sua relação com as máscaras que todos usamos vez ou outra. Afinal de contas, é possível dizer quem realmente somos? Se uma das grandes perguntas da humanidade é “quem sou eu?” Como podemos saber que esse “ser” que apresentamos para o outro é realmente quem somos de verdade? É impossível.

Têm-se a percepção que usar máscaras sociais é uma das características do ser humano na contemporaneidade. Todos parecem usar algum tipo de disfarce. O que diferencia uns dos outros é que algumas pessoas decoram suas máscaras com elementos do que realmente são, eventualmente, com a essência de seu ser. Já outros a deixam feia, ou tomam emprestado de alguém. Sabe-se que nunca se é o mesmo frente os pais, os amigos e os professores. Mas ainda assim continuamos sendo nós mesmos. E está errado?

Um traço cultural do nosso tempo é atribuir enorme importância, quase vital, para a sinceridade. Pessoas a indicam como uma das suas principais características, ao serem convidadas a falar de si. De minha parte, quando presencio este tipo de cena permaneço com a dúvida: seria possível a sinceridade absoluta? E quais os efeitos dela? Nestas circunstâncias fica evidente o valor da falsidade bem aplicada e dosada – quem sabe como uma droga, que poderia causar danos, porém, na dose certa e no momento certo, cura.

Há um tempo existia um quadro de comédia no fantástico que se chamava “Super sincero”. Apesar de uma acentuação ou ênfase…para o humor, ficava claro que falar a verdade, mostrar quem somos o tempo todo sem esconder os pensamentos atrás de nossa “maquiagem” pode trazer alguns problemas, ou incomodar as pessoas. Na ética à Nicómaco de Aristóteles (Uma das obras bases para o estudo de o que é ética) ele afirma que dependendo da situação podemos fazer coisas que são consideradas amorais, e ainda sermos éticos. Quer dizer que mentir pode ser a atitude ética dependendo da situação.

Tudo sempre vai depender de um limite. Nenhuma coisa em excesso é boa. Existem falsidades ruins, como fingir ser amigo de alguém, ou mentir sobre algo que fez ou é quando estiver falando com uma garota na balada. O que difere se algo é bom ou ruim é justamente o limite. Esconder detalhes para não ofender, elogios falsos que vão dar o dia para a pessoa que o recebe, elogiar uma comida mesmo quando ela está ruim, etc… Tanto a mentira como a verdade são elementos neutros. Dependem da intenção do usuário. Se usada com cautela a falsidade é uma ferramenta muito boa para as relações sociais, não exatamente como uma forma de manipulação, mas como um trampolim para se chegar a determinado patamar que a sinceridade tornaria inacessível.

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Expressões mais subjetivas tendem a ter um impacto diferente em cada pessoa, justamente por ninguém ser igual. Mas como dono desse blog eu tenho meus próprios motivos para ter escolhido esse nome. A idéia inicial veio através de uma música da banda Enigma que se chama Sitting on the moon. Exatamente a tradução virou o nome desse blog, mas além de ser uma música muito bela (não posso dizer o mesmo da letra) construiu um significado muito importante para mim.

Clique no link para ser direcionado a um lugar para escutar e/ou baixar a música: Sitting on the Moon

A idéia de estar sentado na lua reflete alguém que está muito distante do plano terrestre. Um ser que tem a capacidade de apenas observar o belo mundo azul que está diante de seus olhos, mas ao mesmo tempo, incapaz de fazer qualquer coisa além de observá-lo. Um ambiente de pura paz que seria capaz de levar essa pessoa ao verdadeiro êxtase filosófico.

Platão dividiu o mundo em um mundo sensível, e um mundo das idéias. O mundo sensível seria aquele que nossos sentidos captam, a possibilidade de ver, de tocar nas coisas vivas, mas ele mesmo explicou que esse mundo aonde vivemos é irreal, apenas uma cópia de um mundo mais perfeito. Esse seria o mundo das idéias.

O mundo das idéias é o lugar onde todas as verdades são reveladas, o lugar que comporta a essência das coisas, aliando isso a toda a forma mística que há na lua cheia brilhando acima de nós durante uma noite de verão. Um dos possíveis pensamentos é ligar esse astro à esse mundo “verdadeiro”. Estar sentado na Lua, justamente seria estar sentado no mundo das idéias. E nesse local, então discutir questões ou assuntos com um diferente ponto de vista. Ver as coisas ao redor com outros olhos.

Porém, outro sentido que pode ser dado é o de completa solidão. Afinal, aquele que está sentado na lua não tem contado com outros seres. Dessa forma, representaria a solidão de um pensador.

Estar sentado na Lua é um lugar de grande solidão, porém, existe essa possibilidade de poder entrar no mundo das idéias. De poder explorar tudo aquilo que a mente é capaz de gerar. Poder enfim se fazer as perguntas que vierem e dedicar o tempo que  for para respondê-las.

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Como é de costume para os blogs. Estou escrevendo o primeiro post apenas por pura praxe.

Esse será um blog sobre conteúdos completamente aleatórios. Basicamente ensaios que vierem em minha mente. Não é um lugar que pretende crescer, ou até mesmo agrupar leitores, por isso não irei fazer um grande investimento em marketing. É mais um espaço para guardar textos que irei escrevendo para quem sabe algum dia os utilizar.

Sou um estudante de filosofia, então acho que o que estiver aqui será interessante.

 

Continuem sonhando.

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