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Archive for Junho, 2013

Meu lugar especial

Há um lugar onde confusões deixaram de existir. Este local não existe apenas como uma memória. Também não é apenas mera imaginação. Ele se encontra por entre as palavras. Nos momentos de silêncio em que me lembro de seu olhar.

Existe um lugar, um algo sem nome, que eu não esperaria poder defini-lo senão pelas entrelinhas de seu rizo. Ele se cria através de seu sorriso, se propaga por seu abraço, e se concretiza em seu beijo. É lá, dentro daquele local sem confusões que foi-me dito que te amo. Eu sei que, por trás de sua face corada, algo me diz que não precisarei de outra pessoa senão você.

E se eu me perder em mim, se a confusão é tamanha já não preciso ir tão longe. Apenas penso em ti e já posso estar nesse local. Ora, o que mais eu precisaria além dessa lembrança, da forma como você ri, para ter certeza do que sinto?

Mesmo que a beleza de nossas memórias às vezes possa nos trair com a dureza da realidade. Algo em seu olhar me dirá que a realidade nunca é tão dura quanto parece. Você até pode me perguntar se é para sempre. Não sei, eu realmente não sei. Mas fique ao meu lado e iremos descobrir. De alguma forma gostaria de poder te dizer todas as coisas que existem em meu coração, mas, como poderia com palavras tão limitantes? Poderia então, ao menos tentar te mostrar esse lugar…

Sempre poderemos ir para lá. Um lugar onde não somos mais conhecidos. Ficaríamos sozinhos, esquecidos, para sentir essas coisas que tanto queremos; em nossa ingenuidade, permaneceríamos jovens, jovens para sempre…

Que outra Vitória eu poderia querer em minha vida senão você?

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Eu estou a muito tempo sem escrever no blog. Peço desculpas por isso. Mas não posso prometer nada. Talvez seja porque minha mente esteja uma confusão assim como a de muitas pessoas. Tenho ideias para escrever, mas me faltam palavras para conseguir finalizar os textos, talvez seja por uma falta de tempo provocada pela minha própria desorganização. Pera ai!  – As vezes, quando eu escrevo isso parece que esse blog tem um alcance muito maior do que realmente tem. – Mas talvez não seja nem a quantidade dos leitores, talvez seja o fato de que escrever essas linhas, com a certeza de que pelo menos uma pessoa irá ler me faz ter a vontade de voltar aqui. Talvez seja pela minha ideia de leitor, onde quando eu escrevo acado travando um diálogo mental contigo, leitor.

Mas o que estou falando? Enrolando, de certo. Muito embora o tema desse texto seja justamente o de um desabafo! Posso falar o que eu quiser. (Será que pelo título as pessoas irão realmente ler este texto?). Ah é, para quem não é meu stalker o suficiente, eu, o autor, sou um estudante de filosofia em seu último ano do curso. E a filosofia mudou minha vida e forma de pensar, e muda a cada dia. Mas porque desabafo? Ora, por muitas coisas.

Era uma vez uma aula de filosofia, onde um movimento de estudantes invadiu a aula, e começou a falar aquelas besteiras que todos os movimentos de estudantes com ideologia de esquerda falam (mas que não sabem o que é realmente a esquerda). Besteiras sim! Os caras tinham como ideal tornar a universidade uma espécie de democracia, onde os alunos poderiam votar para reitor e ter acesso as informações sobre o modelo estratégico da universidade (não consigo imaginar um ser humano que consiga pensar que isso seja uma boa ideia, e não seja um completo peão de um jogo muito maior que ele). Nessa aula eu acabei não me calando e discuti um pouco, e, como sempre, ninguém se convenceu de nada.

Mas o mais interessante é que a professora falou uma coisa que me impactou muito, de que o estudante de filosofia acaba se fechando muito em si mesmo, e fica a parte dos movimentos estudantis, movimentos sociais. O que de fato acontece, acabamos ficando céticos demais, descrentes de muitos desses movimentos. MAS PORRA! O que tu vai esperar de um bando de pessoas que passa o curso inteiro em dúvida sobre se realidade é a realidade de fato, que não sabem nem quem são, e que na verdade tudo pode não passar de um grande sonho, ou de um mundo criado pela nossa cabeça. Estudamos fenomeologia simplesmente para sabermos que não temos acesso as coisas em si, e o que percebemos do mundo está em nossa cabeça (sim, eu sei que a filosofia da consciência já está, de certa forma, superada). Sim, o mundo acaba estando todo na nossa cabeça, afinal, a única experiência primária é a experiência da psiquê. Cheguei a conclusão que normalmente o estudante de filosofia que não se fechou em si mesmo é porque não está tão avançado no curso, ou porque não compreendeu de fato todas as dúvidas da filosofia (não pensa filosoficamente de fato, apenas é um repetidor de frases), mas talvez ele também possa não ligar para todos esses problemas.

Isso até não chega a ser tão revoltante. O que mais me irrita dentro desse mundo da filosofia, são páginas montadas por esses mesmos ignorantes, que incapazes de conseguir entender a ideia de um autor, ou até mesmo desenvolver um pensamento próprio, mascaram a si mesmos. Filósofos obscenos, Filósofos anônimos, frase disso, frase daquilo e tantas outras páginas que se apropriam do pensamento de um autor e o distorcem de tal modo a dar uma comicidade a ele, ou de passar uma mensagem totalmente diferente. Ok, querem fazer uma piadinha. Bla, bla, bla falso moralista sem senso de humor. Pois enfie esse humor regado a zoeira em seu orifício anal, vulgo cu.

night_in_forest_by_wojtar

Filosofia pressupõe toda uma atitude perante o mundo, perante a si mesmo. Uma forma de pensar diferente. E não apenas frases soltas que parecem um pouco profundas. Falar de filosofia é algo que pode ser muito fácil como muito difícil. Mas requer que alguém abstraia, vá além. Pois senão serão meras palavras, palavras frias e sem um significado que apenas impressionam aqueles que tem preguiça até de pensar.

O pior é que esse vírus da simplicidade. Da corrente de pensamento padrão infecta todos os meios acadêmicos. Sejam páginas, ou grupos de discussões de filosofia. Existe uma ideologia corrente, seja ela esquerda ou direita, seja vegetarianismo, feminismo… o que for. E tu não pode debater fora desse campo. Se alguém for em um diretório acadêmico de filosofia (ou qualquer outro curso de humanas) e defender posições contrárias as ideologias aceitas naquele grupo, essa pessoas será massacrada! O diálogo dentro da filosofia se fechou. E graças a esses grupos ideológicos dominantes, pessoas que pensam diferente ou devem se adaptar, ou ficam excluídas.

A filosofia se fecha em si mesma porque tem medo de crítica, acaba tendo medo do novo. E nesse fechar-se em si mesma, acaba ficando em uma grande masturbação mental, no qual egos são acariciados, e críticas superficiais são disparadas a todos os lados. E eu, como pessoa que pretende entrar nesse mundo fico desanimado. É uma merda, não tem definição melhor. Uma merda. Onde os medíocres, por serem maioria são os que tem mais voz. Agora deu para entender porque Nietzsche tacou o foda-se e tentou destruir o que era a filosofia da época dele. Infelizmente, até Nietzsche, hoje, se tornou um dogma.

Em resumo. Esse mundo da filosofia está uma merda. Ninguém sabe o que é filosofia de fato, nem eu. O que mais tem por ai é gente achando que sabe algo, e falando de coisas que desconhece.

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