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Archive for the ‘Pensamentos de uma cabeça problemática’ Category

Ah, quem eu estou enganando, é claro que está aqui.

Se não estivesse, minhas palavras não teriam nenhum sentido. Sentido que só existe através dos teus olhos, do entendimento que fazes dentro de teu ser. O mundo só o é a partir do que tu sente. O significado só vai existir a contigo. A verdade e a mentira se constroem de forma similar, teu entendimento sobre os fatos que se apresentam. A vantagem é que a mentira, o irreal, é efêmero, sempre acaba virando ar e apagado pelo vento. Minhas palavras podem tomar inúmeras significações. Verdades ou mentiras, alegrias ou tristezas, tudo depende de como você cria esta pintura mental que é o texto que faço para ti. Eu escrevo porque você lê, não existe outra explicação para porque eu iria transformar minha intimidade de pensamentos em tramas públicas.

Mesmo que muitas vezes o que eu gostaria que tu entendesse algo daquilo que está além da primeira camada, saber que tu está aqui neste momento, dividindo de minha psique, já é capaz de me satisfazer.

Sabe, recentemente comecei a ler, e adorar a forma como Shakespeare constrói seus textos, ele consegue colocar ainda mais sentidos escondidos por dentre suas palavras. Uma inspiração para mim enquanto eu busco ainda mais apreender o domínio do sentido. No passado falávamos de Goethe, não se lembra? Mesmo que seus poemas sejam ótimos, eles muitas vezes são diretos demais, o mistério não existe ali, não tem como se perder dentre os significados.

Minhas palavras tem sido refinadas. Tenho conseguido colocar no papel muitas das ideias que circulavam em minha cabeça, que antes eu evitava as desenvolver por medo de não ficar suficiente para os padrões que eu considerava aceitáveis. Escrever tem sido um caminho solitário, mas aos poucos pude desbravar este desconhecido e fazê-lo mais visível. Me libertei de muitos pesos e pessoas do meu passado. Este ano eu sei que poderei me libertar ainda mais nestas ideias, tanto aqui no blog, quanto em publicações reais.

Mas por hora, eu estou aqui, estou matando esta saudade que tinha de ti. Saudade esta, que nunca vai se esgotar.

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Eu gosto de escrever. Gosto das palavras. Gosto de brincar com elas, torcer, transformar. Poderia até mesmo comparar o trabalho de um escritor ao de um tecelão, que de acordo com os fios que escolhe, aos poucos cria o desenho em sua tapeçaria. Sabe, um texto pode ser uma flecha, sentido único, um alvo especifico, nada muito difícil de perceber. Ou pode ser uma malha, sentidos e metáforas entrelaçadas que podem significar uma infinidade de coisas. Camadas atrás de camadas contendo significados ocultos que se revelam apenas aos mais atentos dos leitores.

Não consigo mais escrever feito flecha, por mais que tente, os textos que tenho publicado aqui sempre contém mais de um sentido, mais de um significado. Já foram mensagens ocultas para pessoas específicas (e provavelmente nunca entendidos) como no texto 185 dias. Outras, simples brincadeiras, enquanto imagino um leitor e se ele conseguiu ver que existia ali muito mais do que deixei aparecer. E em uma ultima possibilidade, um pedido de socorro que nem eu mesmo percebi a tempo.

Eu lentamente entrei em depressão. Welbutrin se tornou meu melhor amigo por um tempo, antes dele o Zoloft. A noite foi longa demais, mas o sol nasceu, as mentiras foram desfeitas. Bem, ainda está em seu nascer, por assim dizer. O maior problema foi que isto afetou em muito minha criatividade, e minha auto-crítica. E por isto, apenas um texto por ano aparecia por aqui. Não desejava entulhar este blog com coisas específicas demais sobre filosofia, ou com textos que não julgava dignos de serem lidos. Ninguém vai querer ler sobre as definições de Deus em Spinoza das proposições 15 à 23, ou rascunhos de pequenas perturbações da minha mente, ou até gostariam, mas no nível que estava minha auto-estima, nada era suficiente. Por isso deixei até de usar o twitter.

Já haviam alguns anos que eu tinha perdido a minha musa no labirinto da existência, logo quando os textos começaram a ficar mais escassos. É difícil se recuperar de uma perda tão grande, mas agora que estou banhado em uma nova luz colorida, quem sabe, eu logo consiga imaginação para voltar aqui com mais frequência com diversos textos/desafios de significação, não é mesmo?

Gostaria de deixar uma mensagem final, antes de pular para o próximo texto que estou trabalhando: Nunca tarde a acreditar em si. Teu Eu é o que tens de mais importante. E se tu fores verdadeiro consigo mesmo as pessoas logo irão te ver por quem tu és, e não através das mentiras que propagaram sobre tua honra. Ah, mas isso talvez seja assunto para outro texto. Ou talvez apenas mais um tapete.

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